A
gente passa pela vida sabendo que, em determinados momentos, algumas coisas
muito importantes vão acontecer e que a partir disto, nossos rumos vão mudar,
ou se reordenar. Mas nunca sabemos exatamente quando eles vão acontecer, nem de
que forma vão se apresentar.
Quando
temos filhos, além do nosso destino, passamos a monitorar o deles também. Ficamos extremamente atentos, além de
apaixonados, ao primeiro sorriso, aos primeiros passos, às primeiras
palavras. Aí vem o primeiro dia da escola,
as primeiras descobertas, as decepções,
e a gente sempre ali, grudado ( as vezes se segurando para não se intrometer no
caminho deles), assistindo e torcendo muito , no camarote eternamente reservado para esta plateia aflita
e fervorosa que costumamos ser, na qualidade de pais.
Pela
primeira vez em minha vida me deparo com a consciência de que estou sendo
expectadora de um destes momentos cruciais, porque, até então, eles sempre
vieram sem aviso, ou de forma que eu pudesse perceber. Compreendia sua
importância apenas após a constatação dos resultados e da maneira como foram
vivenciados.
Minha
pequena (que não é mais tão pequena) está voando para longe por um período relativamente
longo. Sei que está indo buscar uma nova forma de se relacionar com o mundo e
com sua própria história. Há que convir que ser filha de uma mãe judia e
canceriana tem muitos bônus, mas, certamente, agrega ao pacote alguns ônus. Talvez
o maior deles seja a dificuldade em reunir forças para conseguir se desprender
de tanto cuidado e proteção.
Mas
filha de peixe, peixinha é. E com todo
meu orgulho, aplaudo esta coragem e determinação (herdadas desta humilde mãe) e
que tem sido a sua mais marcante característica desde que abriu pela primeira
vez os lindos olhos verdes que amo tanto.
Sei
que amanhã começa um novo capítulo na história das nossas vidas. Que seja
enriquecedor, que seja instigante, que nos dê vontade de continuar acompanhando
e que deixe muitas boas lembranças para o futuro. Mas,
sobretudo, que sempre tenha tempo para mandar um e-mail, um sms ou um inbox no
facebook para esta mãe que continua aqui igualzinha, judia, canceriana e aflita!