Renúncia nem sempre é resignação.
Tenho sido assaltada por esta frase, que não sei se quer me fazer acreditar
nisto, ou me mostrar que existem muitas maneiras de se viver bem, sem que
tenhamos tudo o que teríamos incluído em nosso “kit de passagem pela vida”. Aquela
máxima de que o ser humano deve escrever um livro, plantar uma árvore e ter um
filho no decorrer de sua existência é apenas o ponto de partida para que cada
um construa a sua rota. Até porque, eu já fiz os três, e ainda me sinto tão
incompleta! O que acontece quando chegamos aos 50, 60 ou mais sem termos feito
sequer a metade daquilo que planejamos ou esperamos que a vida fosse nos ajudar a realizar? Não sei para os outros, mas
para mim, frases do tipo “não era para ser”, “quando se fecha uma porta,
abre-se uma janela” e tantas outras não são muito convincentes. Me parecem forçadamente
otimistas , no sentido do que, magicamente, pretendem imprimir. Sugerem um
olha, foi pra melhor, vais rir disto em alguns anos. Ora, tenha a santa
paciência, mas quero rir hoje, quero sentir agora, quero para já aquilo que me
pertence. E aí reside o problema... e se aquilo que eu acho que me pertence não
chegar? Vai dar para ser feliz? Mesmo que a vida tenha me brindado com muitas
boas surpresas que não faziam parte do meu
script, e outras nem tanto, ainda tenho minhas dúvidas. E a pior delas: Será
que quando, e, se chegarem, vão mesmo me transformar em uma pessoa
completamente realizada? Sinceramente? Começo a achar que não. Porque cada vez mais me convenço que a felicidade está
na busca, no acordar todo o dia perseguindo um objetivo, em ter algo que me
faça seguir acreditando. Cada novo projeto é para mim um novo começo. Cada nova
empreitada me remete à juventude de minha alma e de meu querer. Talvez o mais
adequado fosse me deixar invadir por outro pensamento, que não se vincule a
perder ou renunciar. Algo mais
relacionado com o fato real de que talvez não existam novos caminhos, mas que podemos
sempre experimentar um jeito diferente de caminhar.
Uma reflexão muito verdadeira, Vitória. Semana passada, inclusive, li um artigo do Frei Betto, " A incansável busca da felicidade", que falava exatamente sobre esse assunto.Acredito, como vc que "a felicidade está na busca, no acordar todo o dia perseguindo um objetivo".
ResponderExcluirÉ isso aí.
Bj,
Lylia