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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mesmos caminhos, andares diferentes.


Renúncia nem sempre é resignação. Tenho sido assaltada por esta frase, que não sei se quer me fazer acreditar nisto, ou me mostrar que existem muitas maneiras de se viver bem, sem que tenhamos tudo o que teríamos incluído em nosso “kit de passagem pela vida”. Aquela máxima de que o ser humano deve escrever um livro, plantar uma árvore e ter um filho no decorrer de sua existência é apenas o ponto de partida para que cada um construa a sua rota. Até porque, eu já fiz os três, e ainda me sinto tão incompleta! O que acontece quando chegamos aos 50, 60 ou mais sem termos feito sequer a metade daquilo que planejamos ou esperamos que a vida fosse nos ajudar a realizar?  Não sei para os outros, mas para mim, frases do tipo “não era para ser”, “quando se fecha uma porta, abre-se uma janela” e tantas outras não são muito convincentes. Me parecem forçadamente otimistas , no sentido do que, magicamente, pretendem imprimir. Sugerem um olha, foi pra melhor, vais rir disto em alguns anos. Ora, tenha a santa paciência, mas quero rir hoje, quero sentir agora, quero para já aquilo que me pertence. E aí reside o problema... e se aquilo que eu acho que me pertence não chegar? Vai dar para ser feliz? Mesmo que a vida tenha me brindado com muitas boas surpresas  que não faziam parte do meu script, e outras nem tanto, ainda tenho minhas dúvidas. E a pior delas: Será que quando, e, se chegarem, vão mesmo me transformar em uma pessoa completamente realizada?  Sinceramente? Começo a achar que não. Porque cada vez mais me convenço que a felicidade está na busca, no acordar todo o dia perseguindo um objetivo, em ter algo que me faça seguir acreditando. Cada novo projeto é para mim um novo começo. Cada nova empreitada me remete à juventude de minha alma e de meu querer. Talvez o mais adequado fosse me deixar invadir por outro pensamento, que não se vincule a perder ou renunciar.  Algo mais relacionado com o fato real de que talvez não existam novos caminhos, mas que podemos sempre experimentar um jeito diferente de caminhar.

Um comentário:

  1. Uma reflexão muito verdadeira, Vitória. Semana passada, inclusive, li um artigo do Frei Betto, " A incansável busca da felicidade", que falava exatamente sobre esse assunto.Acredito, como vc que "a felicidade está na busca, no acordar todo o dia perseguindo um objetivo".
    É isso aí.
    Bj,
    Lylia

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