Sobre Vitória

Minha foto
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil

terça-feira, 14 de junho de 2011

Retomando caminhos para a reflexão.

  
  Estas datas comemorativas que vivemos nestes últimos dias, dia das mães, dia dos namorados, me remeteram a um tema que foi e é sempre muito presente na minha vida. A importância da construção dos vínculos. E é na cozinha que me vejo muitas vezes reforçando minhas construções, assim como na atividade profissional de serviço social com idosos. Não costumo ver novelas, mas acompanhei uma junto com minha mãe , há dois anos, em um periodo em que morei novamente com meus pais, enquanto aguardava que meu apartamento ficasse pronto. Fiquei tão impressionada com a cultura indiana que me vi, na época, escrevendo um artigo que acabou sendo publicado na Zero Hora. Publico hoje novamente , agora no blog, por duas razões. A primeira e mais importante, porque acho este um tema sempre muito significativo  e segundo, por te-lo encontrado na internet com algumas poucas palavras modificadas e assinado por outra pessoa!


Caminhos para a Reflexão

Se existe algo de interessante nessas
novelas com as quais acabamos sendo
obrigados a conviver, é que, entre
tantas futilidades, aprendemos muitas
coisas sobre outros mundos e culturas. Os
costumes, as vestimentas, as superstições.
Coisas que inicialmente nos parecem ridículas,
que não haveria como se encaixarem
em nossas vidas, subitamente começam a
fazer algum sentido.
Além das lindas cores, sáris belíssimos
e superstições hilárias, em Caminho das
Índias me descobri encantada com alguns
hábitos da cultura indiana. O primeiro: o
respeito aos mais velhos. A profunda admiração
pela sabedoria adquirida através
dos anos vividos. O segundo: a valorização
da família enquanto unidade e berço da
educação para a vida. O terceiro: a crença
absoluta na continuidade através da procriação,
o que não deixa de ser uma confirmação
das teorias freudianas de que os
filhos seriam a última experiência narcisista
dos pais. Mas a expressão que mais me
toca, em todas as vezes que ouço, e não são
poucas, é: “É necessário que se construa
um amor”.
Os indianos acreditam que o amor possa
ser construído. E o que foi construído, muitas
vezes, pode ser reconstruído.
Em uma tarde de domingo, enquanto via
fotos antigas com amigos, deparei com uma
cena em que foram encontradas imagens de
um relacionamento muito antigo, já desfeito.
Então, alguém perguntou à pessoa que estava
naquela foto: “Se tu pudesses voltar no
tempo, terias antecipado para esse momento
da foto a tua separação?”. A inesperada resposta
foi tão surpreendente para os ouvintes
como para aquele que a proferiu. Com muita
segurança, disse: “Eu, com certeza, não anteciparia
a separação. Teria construído um
amor diferente, e estaria casado até hoje”.
Se pudermos compreender desta forma,
também os vínculos entre amigos, irmãos,
pais e filhos, que por algum motivo se perderam
pelos anos, poderiam ser revistos e
reconstruídos.
Muitas vidas, em seu entardecer, dão
por encerradas algumas histórias de afetos
malsucedidos, mal administrados ou apenas
mal comunicados. Do mesmo jeito, as
outras partes envolvidas nessas histórias
lamentam esse triste desfecho. Por que não
aprendermos com os indianos que os afetos
podem ser reconstruídos? Seguindo a
lógica indiana, os filhos são a continuidade
dos pais... aqueles que abrem as portas
para o paraíso. Não resgatar este vínculo é
não dar uma chance a si mesmo.

* Artigo publicado em 04/07/2009.

2 comentários:

  1. muito bom!parabéns e na época passou batido. não lembro ter lido apesar de ser uma leitora contumaz do nosso jornal local. bjs

    ResponderExcluir
  2. Tóia! Como sempre, adorei!Na época da publicação não li. E acho tmb. que o resgate de vínculos nos reforça como pessoas.
    Muito legal! Bjão.

    ResponderExcluir