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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Bolo de Mel. Para que tenhamos todos, judeus e não judeus, uma ano bem doce.


O Ano Novo Judaico, conhecido como Rosh Hashaná, é um dos feriados mais significativos da religião judaica.  Tão difundido culturamente, podemos observar que nesta época, judeus e também não judeus cumprimentam-se e reciprocamente desejam o doce início do novo ano . Por isto, achei oportuno utilizar este espaço para falar um pouco mais sobre a data, seu significado e origem. Certamente, que não poderia faltar algo relativo à culinária específica. Nada mais significativo do que o bolo de mel, presente em, todas as mesas da comemoração.
Ao contrário das celebrações dos finais de ano convencionais, comemorados com muitas festas e queimas de fogos, esta passagem da mística judaica envolve uma profunda meditação sobre o passado, durante a qual se faz um balanço de tudo que passou no ano que ficou para trás, o que se concretizou, o que se deixou de realizar, como se agiu, de que forma se poderia ter atuado, entre várias outras questões existenciais. A partir daí, planeja-se um período melhor no futuro, as pessoas têm a chance de avaliar seus erros e se redimir de seus pecados diante de Deus.
Esta festa é realizada com refeições tradicionais em família, geralmente acompanhadas de maçã e mel. O Rosh Hashaná é um dos dois Grandes Feriados do judaísmo. O outro é uma seqüência deste, o Yom Kipur, que se inicia dez dias depois do Ano Novo Judaico. Juntos, eles tecem o que se conhece como a era dos Grandes Feriados.
De fato, o Rosh Hashaná abrange quatro eventos que se interconectam: o Ano Novo judaico, o dia do julgamento, o dia da lembrança e o dia do toque do shofar. Estes acontecimentos estão essencialmente ligados à criação do Homem, a qual, segundo o Talmud, teria se concretizado no primeiro dia do mês chamado de Tishrei. Assim, este evento marca o dia em que essa geração se processou, como se a cada ano se reciclasse este ato criador, oferecendo a todos a oportunidade de se renovar e de se purificar, conquistando assim um novo recomeço.
Assim que os judeus fugiram do Egito, o Criador transmitiu a Moshe Rabenu as leis que se referem ao princípio de cada mês, o qual normalmente ocorre simultaneamente ao nascer de cada nova lua. Desta forma, ao fim de um ciclo de 19 anos, os judeus acrescentam um mês a mais para contrabalançar o calendário lunar, mais curto. Aliás, o calendário da religião judaica, ao contrário do gregoriano adotado pelo Ocidente, foi estabelecido por Hillel II, em meados de 359, fundamentado não só no sol, mas também na lua.
Traduzindo, Rosh Hashaná significa ‘cabeça do ano’, uma referência à importância do cérebro para o Homem na estruturação de sua existência, mas ao contrário da tradição ocidental, ele não incide sobre o primeiro dia do ano judaico, portanto é mais representativo do que algo exato, preciso. É uma forma de oferecer a cada um o dia do julgamento, durante o qual o homem pode se decidir pela retificação de seus erros, por meio do arrependimento – teshuvah -, da oração – tfiloh – e da caridade – tzedakah. O judeu é valorizado em seu livre arbítrio, ele tem o poder da escolha que parte da consciência, detém o potencial de mergulhar em si mesmo e de perceber o que deve ser mudado. Ele então é ‘inscrito e selado no Livro da Vida’, saudação comum entre os judeus neste momento.
Os judeus acreditam que seus nomes são, neste período, registrados neste Livro da Vida. Aí entra a importância do Yom Kipur na seqüência, quando este Livro é selado. Enquanto este momento não chega, considera-se que o indivíduo está vivendo os dias de temor. O dia da lembrança marca a rememoração do quase sacrifício de Isaac, filho de Abraão, pelo próprio pai, a pedido do Senhor, ato de extrema subserviência a Deus, recordando assim a cada judeu a importância de servir ao Criador. O shofar é um instrumento de sopro construído com chifre de carneiro. O soar dele redesperta na memória dos judeus o episódio de Isaac, traz à mente a lembrança de uma coroação e também comemora a criação da Humanidade, além de despertar os judeus para a presença de Deus em suas vidas.
Durante os banquetes realizados ao longo de duas noites, os judeus costumam submergir a Chalá, pão particularmente trançado, e pedaços de maçã em mel, representando assim suas expectativas quanto a um ano doce. Tudo que é então consumido, de frutas a vegetais, têm não só um sabor especial, mas também uma simbologia específica. Ao se comer cada alimento, faz-se antes um pedido. Alguns destes desejos estão de certa forma associados ao nome da comida, em hebraico.

Obs: As informações acima são baseadas no descrito no site

Receita do Bolo de Mel (onek leikech)

Ingredientes
03 ovos
01 xícara de açúcar
02 xícaras de farinha de trigo
meia xícara de mel
meia xícara de azeite
meia xícara de café passado
100 g de passas de uvas brancas maceradas em meia xícara de cachaça
100 g de nozes ou castanhas do pará picadas
01 colherinha de bicarbonato de sódio
01 colher de sopa bem cheia de fermento em pó

Modo de fazer
Inicie por colocar as passas de molho na cachaça. O ideal é fazer isto no dia anterior. Bata os ovos com o açúcar até ficar um creme fofo. Adicione a farinha, o mel, o café e o óleo.  Junte as castanhas (ou nozes) picadas e as passas, colocando junto, a cachaça na qual estavam de molho. Por último, acrescente o fermento e bicarbonato. Leve ao forno 200º em forma untada e enfarinhada por aproximadamente 30 minutos, ou até que esteja assado (verifique introduzindo um palito).

Um comentário:

  1. Menina, se precisasse ser judia pra comer esse bolo eu me convertia! Daqui a duas semanas vou fazer!!

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